Tuesday, April 30, 2013

Que fazer, tenho esta vista mesmo à minha frente, sempre igual sempre diferente?! ...

Sra. do Monte, Sª da Maúnça (cordilheira Serra d´Aire e Candeeiros), Cortes, Vale do Lis... 
(...)





Num momento de pausa... há dias atrás.
Cá está mais um ciclo das rosas. 
Serão as mesmas de outros anos? ...
@as-nunes

Friday, April 26, 2013

Falar às aves e ver papoulas... papoilas...

Uma papoila vermelha!... Há que tempos que andava para a fotografar, uma papoula vermelha! Só encontrava papoulas cor de laranja! Credo!... 

Julgo ser um milhafre. Fotografei-o na zona das Garruchas, logo a seguir à Cumeira, a caminho da Batalha ou do Reguengo do Fétal, aqui em Leiria. Tive que fazer várias ampliações mas não consegui melhor.
A máquina é de boa resolução mas a ave voava alto e deu por mim a apontar aquela coisa...não quis falar comigo...
---
Cá continuo de volta do livro! Estou nos dois primeiros lustres do séc. xx!...
@as-nunes

Thursday, April 25, 2013

Pássaros escritos em palavras aladas ...


Os pintassilgos já estão a alimentar as crias desta época...
 Aqui está outro ninho (verdelhões?)... mesmo em frente à janela do meu escritório, virado a nascente...
 E mais além 
de permeio
 o vale do Lis
que enleio
a sra. do monte 
no horizonte 

====================================================================
Claro que não me esqueço do 25 de Abril
mas também já não consigo prestar atenção
ao que diz o Presidente desta República
no qual eu não acredito, NÃO! ...

@as-nunes

Tuesday, April 23, 2013

Boa tarde... sentado à minha secretária, a escrever... lá fora está assim...



Do lado de lá, do outro lado do vale do Lis (perto da nascente)... 7 horas da tarde...

Bom dia!...

Hoje, do lado de cá, ao nascer o dia, já a gatinhar bem!...


RAIZ

Por que vivo? Que força, calma, essência
me faz sentir, pensar, me faz querer?
Por que motivo tenho a consciência
dos atos que pratico e do meu ser?

Qonde começa e acaba uma existência?
Por que me sinto e dão esse prazer?
Que vem de ser vontade e inteligência?
Onde existiam antes de eu nascer?

A minha vida.. Que é a minha vida?
Sei que proveio de outra vida igual,
mas esta e a outra quem a gerou também?

E mais, e toda a série indefinida
de que fonte brotaram? Foi do Mal?
Vejo-o mais claramente do que o Bem!

Acácio de Paiva
1863-1944
@as-nunes

Sunday, April 21, 2013

Acácio de Paiva, Acácio de Paiva. ...

Caros amigos bloguistas que comigo têm "privado", com muito gosto da minha parte, claro está!

Desculpem lá a minha ausência... entrecortada com alguns registos esporádicos em que falo praticamente só de Acácio de Paiva!...

- Os ovos dos pintassilgos estão quase a eclodir. Espero deixar aqui uma reportagem a preceito!...

Obrigado pela vossa paciência!...


Acácio de Paiva e amigos, aí pelos anos 30?!
@as-nunes

Thursday, April 18, 2013

Coração de mulher... em Abril: mais uma "Fita da Semana" de Acácio de Paiva...


À atenção da Marinha Grande:

Eis a forma, como num distante mês de Abril, num dia dos idos anos 30 do século passado, «Fitava» Acácio de Paiva, lídimo poeta Leiriense, como bem deveis saber e conhecer da sua poesia:

Coração de mulher 
(titulo eu, que o autor não se dava a esse trabalho… escrevia em verso uma Fita por Semana e pronto. ..
Fama e proveito pelo que escrevia? Tanto se lhe dava... como se lhe deu!..”.

Aqui nasceu Acácio de Paiva
1863-1944

II
Passo adiante, mas não largo o assunto
Sem lhes dizer que na Marinha o hotel
Se não é dirigido por Vatel
É por Vatel há muito ser defunto.
Só lhes digo que havia entre os manjares
Um doce, julgo eu, de claras de ovo,
Alvo como as toalhas dos altares
E capaz de fazer subir aos ares
    Clero, nobreza e povo!
    Era renda, era espuma,
Uma carícia de anjo, uma esperança,
Uma quimera, um beijo de criança,
    Era um amor, em suma!
E, para mais encanto, a criadinha
Que serviu ao jantar (a mais gentil)
    Das «sopas» da Marinha,
Fresca como um botão no mês de Abril,
Que uma abelha cobiça mas não fere)
Quando, sorrindo, a sobremesa trouxe
    Disse o nome do doce:
    «Coração de mulher»!
Estão a ver como o comi então:
Tomei-o, com respeito, na colher,
Rezei-lhe mentalmente uma oração
E meti-o na boca perturbada
Como quem mete a hóstia consagrada
No dia da primeira comunhão!
Coração de mulher! Ficai sabendo,
Senhoras minhas, quando me enganardes,
Que não castigarei o crime horrendo,
Pois que os enamorados são cobardes,
     Mas que peço à servente
A receita do doce, e ao chá das cinco,
     Voluptuosamente
     O coração vos trinco!

In “Fitas da Semana”,  Diário de Notícias de então…  entre 1934-1938.

@as-nunes

Tuesday, April 16, 2013

O que é Poesia?



Há 14 anos que se realizam Serões Literários nas Cortes, agora, na Biblioteca da Casa-Museu João Soares.
Neste último sábado, comparecemos, pela primeira vez, eu e a Zaida. E tivemos a grata surpresa de lá encontrarmos o nosso comum amigo, de longa data, Mário Marques da Cruz. Para além dos outros participantes, que também já nos conhecemos, alguns de outras manifestações associativas e culturais.

O tema proposto era a Poesia.
O que é a poesia?
Para que serve a poesia?
Modos de chegar à poesia, seja como leitor/a, seja como autor/a.
A condição poética (o/a poeta) e a sociedade.

A páginas 11 do último "Jornal das Cortes" pode ler-se esta legenda da foto que ilustra o Serão do mês transato:

"Mais do que destapar o que está oculto sob as silvas e as heras dos muros, a poesia, revela-nos o rosto do amor, da harmonia, da serenidade. Não é um simples desabafo por meio de versos."

O que se deverá entender, então, por Poesia?

A resposta pode ser uma resposta direta? Pacífica?
Certamente que não.

Por isso, o debate, que já foi vivo na última reunião, manteve-se no mesmo nível no Serão do sábado próximo passado.

@as-nunes

Sunday, April 14, 2013

ACÁCIO de PAIVA - 150 anos do seu Nascimento


Numa altura em que o jornal de Leiria em que chegou a colaborar com inúmeros poemas sob o pseudónimo "Belarmino", "O Mensageiro", está em vias de ser encerrado, fechando-se um ciclo de 100 anos de atividade editorial na promoção dos valores católicos e da Região de Leiria, talvez seja oportuno publicar, aqui, nesta data comemorativa, o seguinte soneto:

Fazer um Jornal

Em muita gente é crença radicada
Que o trabalho que faz o pensamento
É simples, é brinquedo dum momento,
Que vale muito pouco ou mesmo nada…

Falsa suposição! É empreitada
Como, às vezes, erguer um monumento.
E a pena, à mão que a põe em movimento
Pesa mais, em geral, do que uma enxada.

Sabeis lá o que a folha mais barata
Representa de esforços, de canseiras,
De esgotamento que enfraquece e mata!

Crede: é mais fácil rebentar pedreiras,
Cavar bacelo ou carregar batata
Que escrever duas linhas sem asneiras!

Acácio de Paiva
Nasceu em Leiria (Casa “Pharmácia Paiva”)  em 14-4-1863
Morreu na sua casa do Olival ( Casa das Conchas) em 29-11-1944

-

em tempo:
Pode ler-se uma notícia completa no semanário "Região de Leiria" de 11 de Abril de 2014, pp 12, acerca do novo projeto editorial em substituição dos jornais da diocese de Leiria-Fátima, "O Mensageiro" e "A Voz do Domingo".

@as-nunes

Saturday, April 13, 2013

ACÁCIO de PAIVA: Poeta de versos atirados aos ventos...


Estas flores, o lírio azul e a rosa branca, colhi-as eu, hoje, no meu jardim, com a minha máquina fotográfica.

Acácio de Paiva, já o conhecem certamente, nem que seja por o terem lido citado aqui, neste blogue, nasceu em 14 de Abril de 1863. Ainda ontem aqui o referi.
Faz, portanto, amanhã, 150 anos que nasceu, em Leiria, no edifício "Pharmácia Paiva"...

Estive ontem, no Arquivo Distrital de Leiria, a rever documentos, muitos manuscritos, com muita poesia ao seu modo: repentista, lírica, bucólica, quantas vezes irónica e satírica...

Nalguns casos, consegue-se ler, com dificuldade, os seus múltiplos poemas, muitos no estado original e virgem, sem mais revisões, tal como saíram na altura.

Um desses poemas, em excerto, versa assim:

Versos de Tânger

Abril chuvoso em flor...de rosa e branco
Vestem agora todos os pomares.
Selo o cavalo, monto a trote franco
Corro Bubãna, atalhos e aduares.

Lírios azuis - os últimos - a graça,
A glória d´estes campos e planuras
Florescem d´entre a erva verde escassa,
Rosa, que todo o inverno foi securas.
...
Como é saudoso este morrer do dia,
E como é triste a voz do muezim,
Que saudade e que pranto que desfia
Como me atrista e me comove a mim!
(...)

( Escrito em Tânger
Provavelmente quando fez parte duma Legação de Portugal (talvez ligado às Alfândegas, que não consegui clarificar).

Corria a segunda década do século XX...
@as-nunes

Friday, April 12, 2013

ACÁCIO de PAIVA - Altíssimo Lírico e o maior Humorista da Poesia Portuguesa

Acácio de Paiva nasceu a 14 de Abril de 1863.
Vão fazer precisamente 150 anos!
Alguém se lembrou dele?
Não tenho conhecimento de nenhuma iniciativa para comemorar oficialmente esta efeméride!
Acácio de Paiva é, reconhecidamente, um dos maiores poetas líricos e satíricos da Literatura Portuguesa!

-
-
-
-
-

 O Tojo

Porque me fez cruel a natureza,
O tojo diz, é alma da floresta,
E não me concedeu, como a giesta
E mais irmão que tenho a macieza?

Não pode por carícia (que tristeza!)
Diminuir a dor que me molesta,
Pois que por condição, e bem funesta,
A quem me toque eu firo, com dureza.

Pés descalços, de carne preciosa,
Se atravessam os matos dos caminhos
Eu tenho de os rasgar, alma impiedosa,

E tanto desejaria que os espinhos
Se trocassem por pétalas de rosa
Quando os pisam crianças e velhinhos!

  Acácio de Paiva


------

A LÍNGUA PORTUGUESA

Assim como onde tem maior pureza
A linfa, é na mãe de água, por ventura
Assim também na aldeia é que é mais pura
A minha amada língua Portuguesa.

Na sua elegantíssima rudeza
Como nos seus extremos de doçura
Todos os pensamentos emoldura
Numa espontânea e artística beleza

Oiço-a forte, nas feiras, discutindo;
Nos serões oiço-a meiga namorando…
E é sempre um trecho de poema lindo

Aqui soberbo, além risonho e brando,
Porque é de Portugal o mar bramindo
E é também o nosso rouxinol trinando

ACÁCIO de PAIVA
-
 (No momento em que eu, no Arquivo Distrital de Leiria, enquanto a recolher (quantas consultas????) dados para completar a escrita de um livro sobre Acácio de Paiva...
Desculpem qualquer erro gramatical, que será de minha responsabilidade, pela pressa com que escrevi e publiquei...)

em tempo:
1- O fotocopiador do arquivo não está operacional;
2- não se podem fotografar documentos;
3- As digitalizações que se queiram, levam uma semana, pelo menos.

Razão de ter digitado estes dois sonetos.   Ficam já aqui...

Boa tarde a todos.

@as-nunes

Wednesday, April 10, 2013

O Belo e o Betão

Uma aguarela da primavera

Da estrada N 356-2 (Leiria-Fátima), em terras da Quinta de S. Venâncio. Vê-se o viaduto do IC36, a entrar na zona do Vidigal/Pousos. O renque de árvores ao fundo indica o sítio por onde corre o rio Lis.
Do lado de cá, a zona florestal (por quanto tempo?) da Quinta de Vale Lobos.

@as-nunes

Monday, April 08, 2013

Detalhes primaveris... junto ao Lis



Em Leiria...
a vida a sorrir
sem contas
só contos
embalados
no remanso do lis
no chilrear das andorinhas
acabadas de nascer

@as-nunes

Sunday, April 07, 2013

Leiria nos anos 60...


 Ed. da Comissão Regional de Turismo de Leiria (Leiria, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós e Vila Nova de Ourém), Coimbra Editora - 1968.
Saibam todos quantos repararem nesta entrada, que a jovem representante do concelho de Leiria na cerimónia de entrega de prémios dos (talvez os primeiros, oficialmente, Jogos Florais abrangendo esta tão mítica região turística) é a minha mulher, Zaida Manuela Paiva (Nunes), que eu conheceria neste mesmo ano de 1968 da edição deste livro...
Em 1966 (Outubro) cheguei eu a Leiria. Cá fiquei. 47 anos estão a passar...

A Presidente do Júri era, muito simplesmente, a Dra. Adelaide Félix, ilustre escritora e lídima representante das Letras Portuguesas, intimamente ligada a Leiria, onde viveu largos anos e à qual ficou indelevelmente ligada através de ações variadas de índole literária e cultural. Na cidade de Leiria e na Praia do Pedrógão, o seu nome ficou gravado a letras duradouras na toponímia oficial. 

Saturday, April 06, 2013

Leiria: ADELAIDE FELIX

Leiria: ADELAIDE FELIX: Cron.Fem.1973 Uma jornalista e grande escritora, que falta estudar , e que escreveu sobre Leiria, as suas terras e as suas gentes. (v...

Pintassilgos da época

 Consegui esta fotografia por dentro da janela do meu quarto... cerca do meio dia.
Afinal, o que se passa é que anda um casal a chocar ovos no ninho... talvez uma segunda postura.
------
o tempo a passar... ou nós a passarmos por ele... ouvi esta ontem...

Uma hora mais tarde...

Este deve ser o macho...
Tão colorido!
Só pode ser ele!
O sol brilha ...
-
-* nota: este post vem na sequência do anterior...

Wednesday, April 03, 2013

Sei um ninho

Da janela do meu quarto (virada a sudeste...), dei com este ninho, acabadinho de fazer...
Pelo tamanho não deve ser de melro. Será de pintassilgo? ... Ainda há dias andei a colher umas tangerinas e não dei por nada. Talvez que um dia destes possa aqui deixar uma foto com o/os novos amigos que espero vir a conhecer...
Tratar quimicamente esta árvore? Nem pensar! Apesar de estar atacadíssima de piolho!... talvez outras pragas, até... 
O que vale é que os gatos não conseguem lá chegar! Digo eu! ...
-
05-04-2013: 14h00 - acabei de os ver, os meus novos amigos. Confirmo que são pintassilgos. Inconfundíveis. Distraí-me um bocadinho, não estava com a máquina fotográfica à mão...
-


Segredo

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar…

Miguel Torga

Tuesday, April 02, 2013

Por terras de Afonso Lopes Vieira e do Rio lis e de cheias...

O vale do Lis, belos freixos no seu hábito de folhagem primaveril e os campos, dos mais produtivos, alagados como desde sempre acontece... do lado de cá, os Lourais, do lado de lá, as Cortes, corrente da direita para a esquerda, na fotografia...


AS PAISAGENS

A cada uma, alegre ou triste,
Que inda haja, olhai-nos bem;
Que em breve já não existe
Onde poise o olhar de alguém…

Affonso Lopes Vieira
País Lilás
Desterro Azul
1922

-

Descansa em paz, Afonso Lopes Vieira.
Enquanto eu estiver ciente do que ando a fazer,
Mesmo que esta e outras paisagens
Deixarem de existir ,
Nelas continuará a haver
Alguém que lhe poise o olhar!

(aqui muito perto, na margem de lá do rio Lis, ainda hoje existe (em rápida decadência) a casa onde Afonso Lopes Vieira viveu alguns anos...)

@as-nunes